Ecologia
Trófica
Ecossistema inexplorado
O maior grupo de tabelas na
FishBase está relacionado com a ecologia trófica dos peixes e contém informação
sobre o habitat, alimentação, consumo de alimento, composição da dieta e predadores
das várias espécies de peixes. A tabela ECOLOGIA Froese et al (1992) apresenta também a tolerância ambiental e
comportamento, mas apenas foram encontrados alguns dados padronizados. Essa
informação está acessível no campo notas da tabela espécies.
A
informação sobre a ecologia trófica está organizada da seguinte forma:
·
A tabela ECOLOGIA
apresenta informação sobre o ambiente. ex: massa de água em que a espécie
habita e os seus hábitos alimentares;
·
Gestão
de uma Espécie Única
A tabela ALIMENTO representa
os itens alimentares que foram encontrados nos estômagos, ou que é sabido que a
espécie ingere.
·
A tabela DIETA
apresenta as percentagens (em peso ou volume) com que os diferentes itens
alimentares contribuem para o bolo alimentar da espécie.
·
A tabela RAÇÃO
apresenta o consumo diário de alimento por peso total do peixe amostrado, assim
como os parâmetros relacionados.
·
A tabela POPQB
apresenta o consumo de alimento (Q) por unidade de biomassa (B) de uma
população de peixes, e os parâmetros de dinâmica populacional utilizados na sua
estimação.
·
Sem gestão
A tabela PREDADOR
apresenta a percentagem (quando disponível) de uma espécie de peixe na dieta de
uma espécie predadora, ou grupo de predadores.
Uma
estrutra com vários níveis foi criada para estas tabelas. Os alimentos são
descritos sucessivamente com mais pormenor, desde o campo Alimentos I (campo de escolha múltipla com 6 tipos principais de
alimentos), ao campo Alimentos II
(19 tipos de alimentos), e ao campo Alimentos
III (55 tipos de alimentos). Esta estrutura permite introduzir informação
sobre um dado alimento (e.g., nome da espécie ingerida) e destingue estádios
(tanto para animais como para plantas). A tabela ALIMENTO fornece mais informação
sobre esta estrutura, bem como sobre os níveis tróficos atribuídos aos diversos
itens em Alimento I, II e III, os quais podem ser utilizados para estimar
níveis tróficos para peixes cuja dieta é conhecida.
Gestão do Ecossistema
Sabemos que estas
tabelas, descritas em grande detalhe podem parecer arbitrárias. No entanto,
como toda a estrutura da fishbase, elas provêm de sucessivos
melhoramentos, resultantes de tentativas de integração de dados de inúmeros
estudos. Sentimos que estas tabelas estão prontas na sua presente forma, e
acomodarão numerosas entradas que pretendemos adicionar.
Caixa 14. O modelo Ecopath e a FishBase.
Desenvolvida no princípio dos
anos 80 por J.J. Polovina e colaboradores do Laboratório NMFS em Honolulu, e
aplicada inicialmente a um sistema de recife de coral no Norte do Hawai
(Polovina 1984), a abordagem Ecopath para a construção e análise de modelos
tróficos de transferência de massa foi mais aprofundada pelos autores. Foi
alargada para incluir uma maior variedade de rotinas analíticas e aplicada a
uma variedade de sistemas (Christensen and Pauly 1992, 1993; Pauly and
Christensen 1993; Christensen and Pauly 1995). O modelo Ecopath engloba as
seguintes etapas:
1.
Definir a área
(ecossistema), período a ser modelado, e os grupos funcionais (i.e., caixas ou
variáveis de estado) que vão ser incluídos no modelo (estas definições dependem
sobretudo da quantidade de dados disponível);
2.
Para cada grupo
funcional (i), obter estimativas preliminares de todos os parâmetros, exepto
um, da equação principal do Ecopath: Bi · (P/B)i · EEi
= Yi + åBj · (Q/B)j · DCij,
onde Bi e Bj representam as biomassas de i e dos seus
consumidores j, respectivamente; P/Bi a taxa produção /biomassa (i.e., a mortalidade de i (Allen 1971); EEi
a fracção da produção de i (P= Bi(P/B)) que é consumida dentro do
sistema; Yi as capturas de pesca; Q/Bj o consumo relativo
de alimento; e onde DCij exprime a fracção de i na
dieta de j;
3.
Utilizar as várias
rotinas do Ecopath para resolver o sistema de equções lineares em (2) para todo
o sistema; e
4.
Utilizar a rede de
fluxos definida por este sistema de equações para determinar (ver Caixa 16)
eficiências de transferência entre níveis tróficos, índices de selecção de
nichos, estimativas da mortalidade natural (veja tabela “POPCRESCIMENTO”), etc.
O
modelo Ecopath e a FishBase têm várias características em comum: o objectivo de
colmatar as lacunas existentes entre a biologia das pescas e as disciplinas com
ela relacionadas; a sua grande acessibilidade; uma vasta rede utilizadores e
colaboradores; e, através destes, a criação de padrões para as suas respectivas
disciplinas, modelação de ecossistemas no caso da Ecopath e Ictiologia aplicada
no caso da FishBase.
Contudo, as relações entre
Ecopath e FishBase não ficam por aqui. Por exemplo, os níveis tróficos agora
incorporados na FishBase, e a rotina analítica que os liga às Capturas FAO são
obtidos a partir de aplicações Ecopath (c.f. Pauly and
Christensen 1995). Pelo
contrário, as entradas da tabela ECOLOGIA TRÓFICA são destinadas em grande
medida a ajudar os utilizadores Ecopath a obter estimativas preliminares dos
parâmetros Q/B e DC do sistema de equações 2, enquanto que os valores de M na
tabela POPCRESCIMENTO fornecem estimativas de P/B para stocks inexplorados. As
sugestões dos leitores sobre estes tópicos podem ser enviadas para a FishBase (fishbase@cgnet.com), ou para Villy Christensen
(v.christensen @cgnet.com), que distribui a Ecopath.
Referências
Allen, K.R. 1971. Relation
between biomass and production. J. Fish. Res. Board Can. 28: 1573-1881
Christensen, V. and D.
Pauly. 1992. Ecopath II - a
software for balancing steady-state ecosystem models and calculating network
characteristics. Ecol. Modelling 61(3/4):169-185.
Christensen,
V. and D. Pauly, Editors. 1993. Trophic
Models of Aquatic Ecosystems. ICLARM Conf. Proc. 26, 390 p.
Christensen,
V. and D. Pauly. 1995. Fish production, catches and the carrying capacity of
the world oceans. Naga, ICLARM Q. 18(3):34-40.
Pauly, D.
and V. Christensen. 1993. Stratified models of large marine ecosystems: a
general approach and an application to the South China Sea, p. 148-174. In K. Sherman, L.M. Alexander and B.D.
Gold (eds.) Large marine ecosystems: stress, mitigation and sustainability.
AAAS Publication, Washington, DC. 376 p.
Pauly, D. and
V. Christensen. 1995. Primary production required to sustain global fisheries.
Nature 374:255-257.
Polovina, J.J. 1984. Model of a
coral reef ecosystem. I. The Ecopath model and its application to French
Frigate Shoals. Coral Reefs 3(1):1-11.
Daniel
Pauly and Villy
Christensen
Agradecimentos Um muito obrigado a
pascualita Sa-a pelas proveitosas sugestões de melhoramento das tabelas de composição
da dieta , e a R. Froese pelo seu interesse pela ecologia trófica como um
componente da FishBase.
Referências Froese, R.; M.L.D. Palomares; D.
Pauly, 1992. Draft user’s
manual of
FishBase, a biological database on fish (ver. 1.0). ICLARM Software 7, pag.
var.
Maria Lourdes D. Palomares e Daniel Pauly
A parte
principal desta tabela define os habitats. É directa e consiste essencialmente
em campos de escolha SIM/NÃO, indicativos das preferências ambientais das
espécies. A lista categórica dos possíveis habitats resume um extenso texto
descritivo sobre as espécies encontradas nos diferentes tipos de ambiente, e
torna esses dados descritivos acessíveis a requisito rigorosos.
Campos Três
grandes tipos de habitat são aqui considerados, isto é, água doce, água salobra
e água salgada.
Tentamos classificar os diferentes habitats
A água doce está representada
através de campos de escolha SIM/NÃO, isto é, rios, lagos e cavernas. O último campo desta linha está relacionado
com as cavernas e é SIM quando a espécie em questão é exclusivamente
cavernícola.
Águas
salobras reúne os estuários, lagoas e
mares salobros, o que inclui a foz dos rios. A última categoria, água
salgada, está dividida entra as zonas “inshore” (intertidal) e “offshore” (marinha).
As outras subdivisões referem-se ao tipo de substrato na zona intertidal. Mole
(areia, lama e argilas) e substrato rochoso. As águas marinhas estão
categorizadas, no que diz respeito à plataforma continental, em oceânica,
nerítica e recifes de coral, com os substratos categorizados em fundos moles
(areia, lama e argilas), fundos duros (rochoso), angiospérmicas marinhas e
algas.
A
próxima secção apresenta informação geral sobre os hábitos alimentares dos
peixes. O campo alimento principal (escolha) refere-se ao tipo de alimento
consumido principalmente pelo peixe, com uma lista de escolha de sete itens:
plâncton, nécton, animais bentónicos, angiospérmicas aquáticas /algas
bentónicas, detritos orgânicos/ fragmentos/ carcassas, outras, e alimento
principal variável). O item “outro” é escolhido quando o tipo de alimento
principal não está dentro das escolhas disponíveis. O item específico está
indicado no campo NOTAS.
Os peixes estão classificados pelo tipo de alimento
Herbivoria é um campo de
escolha com três categorias. Estas dão uma ideia geral do nível trófico ocupado
pelas espécies dentro de uma teia trófica (veja a Caixa 16). Assim um
consumidor primário é maioritariamente herbívoro, enquanto que os consumidores
secundários , terciários, etc, são maioritariamente carnívoros. Peixes que são
parcialmente carnívoros e herbívoros estão classificados como omnívoros.
Caixa 15.
Herbivoria como um fenómeno de baixas latitudes.
A tabela ECOLOGIA utiliza um campo de escolha múltipla para definir os
nichos tróficos dos peixes e a “herbivoria” é uma dessas escolhas. Do mesmo
modo, um valor de 2 no campo “troph” da tabela ECOLOGIA implica herbivoria.
Isto permitiu a construção de um gráfico FishBase da percentagem de
herbivoria vs latitude (Fig. 15),
para tornar visualmente acessível o facto das espécies herbívoras de peixes
serem bastante mais frequentes em latitudes baixas do que elevadas, apesar da
sua percentagem total entre os peixes ser pequena (>1,1%). Ambos os
fenómenos podem ser explicados pela dificuldade que a maioria dos peixes tem em
estabelecer e manter, ao longo do tempo e após lutar pelo alimento, os valores
de pH necessários à digestão de material vegetal, especialmente em temperaturas
baixas.
O símbolo”>” utilizado acima deve-se ao facto de o
campo herbivoria ainda não ter sido preenchido para todas as espécies, e de os
hábitos alimentares não-herbívoros serem utilizados por defeito para espécies
sem registo. Mesmo assim, quando este campo estiver completo para todas as
espécies, espera-se que o número total de espécies herbívoras permaneça abaixo
de 2%, e que a forma do gráfico se mantenha inalterada, isto é, com uma
protuberância nas latitudes baixas.
Daniel Pauly
Fig. 23. Percentagem de espécies herbívoras da
família Cichlidae e outros peixes, por latitude. Consulte a Caixa 15.
Outra
informação importante, disponível nesta secção, é o tipo de alimentação. As escolhas aqui incluídas consideram os
hábitos alimentares dos peixes em diferentes zonas da coluna de água. A maior parte
das espécies pelágicas ou são predadores (macrofauna caçadora) na coluna de
água, filtradores de plâncton quando nadam perto da superfície, ou
alimentando-se selectivamente de plâncton.
Caixa 16.
Níveis tróficos dos peixes.
Os níveis tróficos (aqui abreviados para “troph”, para evitar
sobreposições com “TL”, utilizado para comprimento total) indicam onde operam
os peixes e outros organismos nas suas cadeias alimentares. Ao contrário das
contagens dos raios das barbatanas dorsais, os “trophs” não são atributos do
organismo que possam ser categorizados, mas antes interacções com outros organismos. Assim para estimar trophs de um
peixe, devemos considerar tanto a composição da dieta, como os níveis tróficos
dos alimentos. O “troph” de um determinado grupo de peixes (indivíduos,
populações, espécies) é estimado de
Troph = 1 + nível
trófico médio dos alimentos …1)
Onde a contribuição dos diferentes alimentos é tida em consideração na
média.
De acordo com a convenção estabelecida nos anos 60 pelo Programa Biológico
Internacional, o nível trófico 1 é atribuído aos produtores primários e
detritos (incluindo bactérias associadas) (Matthews 1993).
Assim, por exemplo a anchova, cuja dieta consiste de 50% de fitoplâncton
(troph = 1= e 50% de zooplâncton herbívoro (troph = 2) teria um troph de 2.5.
Este valor é uma fracção estimada que difere conceptual e numericamente dos
valores integrados, que são muitas vezes assumidos para níveis tróficos mais
elevados, e que pensamos serem demasiado imprecisos e pouco rigorosos para
serem úteis em qualquer tipo de análises.
Um omnívoro é uma “espécie que se alimenta de mais do que um nível
trófico” (Pimm 1982). Assim, um índice de omnivoria (O.I.) pode ser obtido a
partir da variabilidade de níveis dos grupos alimentares de um consumidor. O
O.I. assume o valor zero quando a alimentação ocorre ao mesmo nível e aumenta
com a variedade de níveis dos alimentos.
Estão incorporadas rotinas para estimar trophs e valores O.I. no Ecopath
software, que tem sido aplicado a um grande número de ecossistemas (c.f. Pauly
and Christensen 1995 e Caixa 14).
Existem uma série de estimativas disponíveis para uma grande variedade
de taxa, especialmente para
invertebrados, peixes, mamíferos marinhos e outros grupos abrangidos pelas estatísticas
FAO, que agora se encontram incluídos na FishBase.
A dieta descrita na FishBase, para muitas espécies de peixes, também
permite a estimativa de níveis tróficos. Os “trophs” das presas, necessários para
obter esta estimativa, são dados numa sub-tabela da tabela ALIMENTO.
É antecipado que as análises da FishBase baseadas em “trophs” tentam
combinar estimativas de vários grupos, pelo que imprecisões nalgumas
estimativas serão compensadas por outras de sinal oposto relativas a outros
grupos. Para abordagens mais rigorosas destas incertezas, são mostrados os
erros padrão para a maioria da estimativas de trophs, baseados em s.e. = SQR
(O.I.), onde O.I. é o índice de omnivoria apresentado acima.
Referências
Mathews, C.P. 1993. Productivity
and energy flows at all trophic levels in the River Thames, England: Mark 2, p.
161-171. In V. Christensen and D.
Pauly (eds.) Trophic models of aquatic ecosystems. ICLARM Conf. Proc. 26, 390
p.
Pauly, D.
and V. Christensen. 1995. Primary production required to sustain global
fisheries. Nature 374:255-257.
Pimm, S. 1982. Food webs. Chapman and Hall, London and New York. 219 p.
Daniel Pauly e Villy
Christensen
Os peixes desenvolveram morfologias especializadas
para a recolha de alimento
Os peixes desenvolveram métodos especializados de
captura de alimento
Por outro lado, a maior parte
dos peixes demersais ou escavadores de fundo, desenvolveram métodos especiais
de captura de alimento. Aqueles que revolvem o substrato, aspiram materiais
contendo alimento, ou consomem vegetais aquáticos, vivem na sua maioria perto
do fundo e desenvolveram morfologias especiais adaptados a estes
comportamentos. (ver ex. de Groot 1981 para peixes assimétricos). Técnicas de
alimentação mais especializadas incluem peixes que dependem de outros
organismos para se alimentarem, isto é, os parasitas, comensais, limpadores ou
necrófagos. Peixes com tipo de alimentação variável também existem (ver ex. Tiews et
al. 1972 sobre os hábitos alimentares dos leiognatídeos). A escolha
“outros” é para peixes com comportamentos alimentares especiais que não se
encontram na lista de escolhas. Nesses casos, o tipo de alimentação especial
encontra-se indicado no campo Notas.
Outro
importante atributo dos peixes incluído na tabela ECOLOGIA é o nível trófico
(aqui abreviado para “troph”, que
define a sua posição dentro da cadeia alimentar (ver caixa 16).Os trophs podem
ser estimados utilizando vários métodos. A tabela ECOLOGIA tem dois campos para
entradas de trophs e dos seus erros padrão: um para estimativas Ecopath (ver
Caixa 14), e o outro para entradas da tabela dieta. Em ambos os casos as
entradas corresponderão ao valor disponível, ou à mediana de um número de
valores. As estimativas incluídas na tabela ECOLOGIA pertencem a
juvenis/adultos ou adultos desde que não haja outra indicação.
Como lá chegar Chega-se à tabela ECOLOGIA clicando no botão ecologia
na janela ESPÉCIES.
Referências de Groot, S. J. 1981. On the
interrelationships between morphology of the
alimentary
tract, food and feeding behaviors in
flatfishes (Pisces: Pleuronectiformes). Neth. J. Sea. Res. 5: 121-196.
Tiews, K., P. divino, I.A. Ronquillo and J. Marques, 1972. On the food
and feeding habits of eigth species of Leiognathus
found in Manila Bay and San Miguel Bay. Philipp. J. Fish. 7: 59-86.
Maria Lourdes D. Palomares
Os itens alimentares determinam as relações predador/presa
A tabela ALIMENTO faz uma lista
de todos os itens alimentares conhecidos que são consumidos por uma determinada
espécie de peixe. Incluído nesta tabela estão os campos Localidade; Grupo Alimentar;
Nome Do Alimento; Estado/Parte; Frequência do item alimentar e o campo Notas. A informação contida nesta
tabela é útil para determinar as relações presa/predador entre os peixes. Uma
compilação dos diferentes itens alimentares consumidos pelos peixes pode
eventualmente resultar na identificação das preferências alimentares das várias
espécies de peixes (ver Caixa 16).
Fontes Foram utilizadas mais de 300 referências para os
itens alimentares, que incluem: Hiatt and Strasburg (1960), Randall (1967),
Collette and Nauen (1983), Allen (1985), Nakamura (1985), Randall (1985),
Whitehead (1985), Hickley and Bailey (1987), e Maitland and Campbell (1992).
A
verificação de mais de 5700 registos no quadro ALIMENTO foi realizado através
da verificação da classificação taxonómica dos itens alimentares. Devido a
alguns grupos animais utilizarem alimento que ocupa vários habitats,
antecipa-se aqui que irão surgir algumas inconsistências na classificação
funcional de certos itens alimentares; um exemplo disto são os copépodes
ciclopoides, que, caso não seja especificado pode incluir formas planctónicas
ou bentónicas. Nestes casos, o grupo funcional do item alimentar será deduzido
pelo habitat e comportamento da espécie de peixe, até posterior verificação.
Campos Para padronizar as entradas da tabela ALIMENTO e das
outras tabelas relacionadas com ecologia trófica, foi criada uma estrutura
hierárquica com três níveis de precisão (Alimento
I, Alimento II e Alimento III) (Caixa 17). Se clicar em
qualquer dos botões activos em Alimento
I, na tabela ALIMENTO, tem acesso aos níveis inferiores desta estrutura.
Isto irá abrir a tabela Alimento que mostra as estimativas de Trophs (+/- 1 s.e.) para cada nível, e
que permite o cálculo dos níveis tróficos para peixes cuja dieta é conhecida
(veja a tabela DIETA, neste volume). As fontes bibliográficas utilizadas para
estas estimativas são dadas no campo Referências
e no campo Notas são fornecidas
informações adicionais.
Se clicar nos botões activos em Alimento II, na tabela ALIMENTO, obterá uma lista de alimentos. Se
clicar duas vezes sobre um destes alimentos, abrirá a tabela Tipo de
alimentação, com a informação sobre o Alimento
III apresentada através dos seguintes campos:
Grupo de alimento: refere-se à familia (ou ordem de grupo maior) ou nome comum do item
alimentar.
Nome de alimento: (texto) refere-se ao nome científico do item alimentar.
Frequência: refere-se
à percentagem de espécimes contidos no item alimentar, como percentagem e como
escolha, i.e., raro (1-5%); comum (6-20%); muito comum (21-50%); dominante
(>50%) (veja a discussão na tabela DIETA).
Estado ou parte da presa: campo que define em que estado o alimento foi
consumido. São fornecidas escolhas apropriadas da seguinte lista: ovos,
larvas/pupas, juvenis/recrutas, juvenis/adultos, adultos, outros (para alimento
animal); e raízes, caules, folhas, frutos/sementes; outros (para alimentos
vegetais).
Estado do Predador: campo que se refere ao estado do peixe que consumiu os itens acima
mencionados, com as seguintes escolhas: larvas, juvenis/recrutas,
juvenis/adultos (utilizado como default nos casos em que não existe informação
sobre o estado do predador), adultos.
Notas: refere-se
aos itens alimentares que não podem ser classificados em nenhuma das outras
escolhas, e que podem ter comentários relacionados com o item alimentar, ex.
tamanho, sexo, idade.
Caixa 17. Hierarquia dos alimentos.
Para padronizar os campos das
tabelas de ecologia trófica da FishBase foi criada uma hierarquia de alimentos.
As escolhas vão desde Alimento I (6 escolhas, caracteres a bold), via Alimento II (19 escolhas, caracteres romanos), até
Alimento III (55 escolhas, caracteres em itálico).
A hierarquia é a seguinte:
Alimento I Alimento
II Alimento III
detritos detritos carcaças; detritos
plantas fitoplâncton cianofíceas;
clorófitas; dinoflagelados; diatomáceas;
n.i./outro
fitoplâncton
outras
plantas algas bentónicas; perifíton; plantas
terrestres
zoobentos esponjas/tunicados esponjas;
ascídias
cnidários corais-duros;
n.i./outros pólipos
vermes poliquetas;
não-anelídeos; n.i./outros anelídeos
moluscos quítones;
bivalves; gastrópodes; polvos; n.i./outros moluscos
crustáceos
bentónicos ostracodes; copépodes
bentónicos; isópodes; anfípodes; estomatópodes; camarões; lagostas;
carangueijos; n.i./outros crustáceos bentónicos
insectos insectos
equinodermes estrelas-do-mar;
ouriços; holotúrias;n.i./outros equinodermes
outros
invertebrados
bentónicos n.i./other
benthic invertebrates
zooplâncton cifozoários/hidróides cifozoários/hidróides
crustáceos
planctónicos copépodes plânctónicos; misidáceos; eufausiáceos;
n.i./outros
crustáceos planctónicos
outros
invertebrados
planctónicos
n.i/ outros invertebrados planctónicos
peixes
(estádios
primordiais) ovos de peixes/larvas
nécton cefalópodes lulas/chocos
peixes
ósseos peixes
ósseos
outros anfíbios e
répteis salamandras/tritões; rãs/sapos;
tartarugas;n.i./outros répteis
aves aves marinhas; costeiras; n.i./outras aves
mamíferos golfinhos;
pinípedes; n.i./outros mamíferos
outros outros
A tabela
ALIMENTO deve ser consultada para ver os níveis tróficos atribuídos a estes
vários grupos.
Maria Lourdes D. Palomares,
Pascualita Sa-a e Daniel
Pauly
Como Lá Chegar Chega-se à tabela ALIMENTO clicando no botão Biologia na janela ESPÉCIES, no botão Ecologia Trófica na janela BIOLOGIA e
no botão Alimento na janela ECOLOGIA
TRÓFICA.Chega-se à janela Tipo de alimentação clicando nos botões Alimento II activos na janela ALIMENTO.
Referências Allen, G.R. 1985. FAO species catalogue. Vol. 6. Snappers of the world. An
annotated and illustrated catalogue of lutjanid species known to date. FAO
Fish. Synop. 6(125):208 p.
Collette, B.B. and C.E. Nauen. 1983. FAO species catalogue. Vol. 2. Scombrids of the world.
An annotated and illustrated catalogue of tunas, mackerels, bonitos and related
species known to date. FAO Fish. Synop. (125):137 p.
Hart, J.L. 1973. Pacific
fishes of Canada. Fish. Res. Board Can. Bull. 180, 740 p.
Hiatt, R.W. and D.W. Strasburg. 1960. Ecological relationships of the fish fauna on
coral reefs of the Marshall Islands. Ecol. Monogr. 30(1):65-126.
Hickley, D. and R.G. Bailey. 1987. Food and feeding relationships of fish in the
Sudd swamps (River Nile, Southern Sudan). J. Fish Biol. 30:147-159.
Maitland, P.S. and R.N.
Campbell. 1992. Freshwater fishes of the British Isles. Harper Collins Publishers, London.
Nakamura, I. 1985. FAO species catalogue. Vol. 5. Billfishes of the world.
An annotated and illustrated catalogue of marlins, sailfishes, spearfishes, and
swordfishes known to date. FAO Fish. Synop. 5(125):65 p.
Randall, J.E. 1967. Food habits of reef fishes of the West
Indies. Stud. Trop. Oceanogr. Miami 5:665-847.
Randall, J.E. 1985. Guide to Hawaiian reef fishes. Harrowood
Books, Newtown Square, Pennsylvania. 74 p.
Scott, W.E. and E.J.
Crossman. 1973. Freshwater fishes of Canada. Bull. Fish. Res. Board Can. 184,
966 p.
Whitehead, P.J.P. 1985. FAO species catalogue. Vol. 7. Clupeoid fishes of the
world. An annotated and illustrated catalogue of the herrings, sardines,
pilchards, sprats, anchovies, and wolf herrings. Part I. Chirocentridae,
Clupeidae, and Pristigasteridae. FAO Fish. Synop. 7(125)Pt. 1:303 p.
Pascualita Sa-a, Maria Lourdes D.
Palomares e Daniel Pauly
A frequência de ocorrência não descreve a dieta
O conhecimento da composição
da dieta de uma espécie de peixe num local específico é útil para conhecer a
sua função e impacto ecológico, para construção de modelos de ecossistema (veja
a Caixa 14) e para ajudar a definir os requerimentos nutricionais de potenciais
espécies de aquacultura. Na FishBase, os dados da tabela DIETA são também
utilizados para estimaros níveis tróficos das espécies (veja a Caixa16).
Existe um
número enorme de referências na literatura que fornecem a informação, em termos
de frequência de ocorrência dos itens de alimentos nos estômagos, que alguns
leitores podem achar que fornecem dados úteis sobre a composição das dietas. No
entanto, a frequência de ocorrência não é um bom indicador de quanto um item
alimentar contribui para a dieta de uma determinada espécie de peixe. Por
exemplo, um pequeno copépode que ocorre em 50% dos estômagos examinados, pode
contribuir muito menos para a dieta, do que um grande poliqueta que é
encontrado em apenas 20% dos estômagos. Os diversos índices aplicados aos dados
de frequência de ocorrência não remedeiam esta falha básica e bastante confusa
do assunto. Os revisores deviam rejeitar manuscritos submetidos sobre conteúdos
alimentares, que não contribuem para a dieta em termos de peso, volume ou
energia.
Fontes Limitámos as nossas entradas a relatórios
quantitativos (peso ou volume) que não sofrem da falha acima descrita. Os
registos desta tabela apenas entram em consideração com dados obtidos na
natureza e não em condições experimentais. Assim, cerca de 50% da informação
que entrou na tabela DIETA, foi obtida das referências seguintes: Stevens
(1966), Randall (1967),
Armstrong (1982), Sano et al.
(1984), Randall (1985), Weatherly (1987), Meyer and Smale (1991), Dou (1992),
Rajaguru (1992), Zubin
(1992) e Salini et al.
(1994).
Os dados de Dieta foram compilados para mais de 600
espécies (Fig. 24). Gostariamos de ter dados de dieta referentes a tantas
espécies de peixes ósseos quanto possível, e agradecemos separatas para
espécies sobre as quais ainda não temos indicações.
Estado As classificações taxonómicas dos itens alimentares
de mais de 1100 registos na tabela composição da dieta, foram unificados
através do “Taxonomic Code” de Handy (1993), da Lista Taxonómica outorgada de
Ciências Aquáticas e sistemas de informação de pescas (Luca, 1988), e Bannes
(1980). O peixe como item de alimento, foi classificado de acordo com Eschmeyer
(1990). Inconsistências podem ser reveladas na classificação funcional de
alguns itens alimentares animais. Tentamos reduzir ao máximo as
inconsistências, deduzindo o grupo funcional de um item alimentar, a partir do
habitat e do comportamento de uma determinada espécie de peixe, mas
provavelmente falhando a resolução de todos eles.
Campos A tabela dieta consiste nos campos seguintes:
O campo Estádio do peixe amostrado (escolha) tem quatro opções; i.e., larva;
juvenil; adulto; juvenil e adulto (opção quando o estádio de vida não está
especificado.
O número de peixes amostrados refere-se ao
número de indivíduos, a % de estômagos vazios é apresentada quando disponível.
O campo localidade refere-se ao local onde o
estudo foi feito, também indicado pelo campo país.
Os itens alimentares são classificados em quatro
níveis, de grande grupo até à espécie
Os meses cobertos pelo estudo aparece como campos iluminados e pode
implicar a estação do ano em que as amostras foram obtidas. Esta informação
pode ajudar a identificar a presença ou abundância específica do item alimentar
no habitat.
O campo Notas é usado para observações
subsequentes requeridas se a opção “outros”, nos campos de escolha dentro deste
quadro for clicada, ou para informar que pode dar mais explicações e/ou
descrever um item particular de alimentação.
Para
acomodar o leque de informação encontrado na literatura, os itens alimentares
são classificados em três categorias, de agrupamentos muito gerais no Alimento I até grupos taxonómicos no Alimento III (veja a tabela ALIMENTOS
para mais informações sobre a hierarquia). Finalmente, a família, género, ou
espécie dos itens alimentares podem ser especificados no texto (pressionando o
botão Mais quando disponível).
O campo Alimento I refere-se à classificação
funcional do item alimentar e inclui as escolhas: detritos; perifiton; plantas;
zooplâncton; nécton; animais bentónicos; carcaças; e outros.
O campo Alimento Ii
refere 19 agrupamentos taxonómicos de itens alimentares, do qual alguns são
descritos pelo Alimento I, i.e.,
detritos; fitoplâncton; outras plantas; esponjas e tunicados; cnidários;
vermes; moluscos; crustáceos bentónicos; insectos; equinodermes; crustáceos
planctónicos; outros invertebrados; peixes; anfíbios; répteis; pássaros;
mamíferos; outros.
O campo Alimento Iii
contém uma classificação ainda mais específica do que o campo Alimento Ii
e encontramos uma lista de 55 escolhas que cobrem bactérias; fitoplâncton e
algas; macrófitas aquáticas e terrestres; zooplâncton; invertebrados;
vertebrados e mamíferos; a opção “Outros” (ver notas) refere-se a grupos não existentes na lista; os não
identificáveis/ados (n.i.) referem-se a informação não acessível ou a
fragmentos e material digerido não discernível.
O estado de desenvolvimento determina a vulnerabilidade
da presa
O campo Estádio, refere-se ao desenvolvimento do alimento de um animal,
i.e., ovos; larvas; juvenis; adultos; juvenis e adultos; ou a uma parte
específica de um alimento vegetal, i.e., folhas; estames; raízes; frutos. A
opção “Não Especificado” existe para casos em que o Estádio não está definido.
O campo % da dieta (numérico) refere-se à
percentagem em peso ou volume com o qual um item alimentar contribui para o
conteúdo estomacal de um peixe. As diferentes percentagens dos diferentes
itens, quando adicionadas devem perfazer 100%. Os registos podem também ser
visualizados sob a forma de gráficos “queijo” (Fig. 24).
Fig.
24. Dieta em % de volume ou peso de Oreochromis
niloticus niloticus. Veja a FishBase 97 para mais informação.
Como Lá Chegar Chega-se ao quadro dieta, clicando no botão Biologia na janela ESPÉCIES, no botão Ecologia trófica na janela BIOLOGIA e
no botão Dieta na janela ECOLOGIA
TRÓFICA.
Referências
Armstrong, M.J. 1982. The predator-prey relationships of Irish
Sea poor-cod Trisopterus minutus L.),
pouting Trisopterus luscus L.), and
cod (Gadus morhua L.). J. Cons. CIEM
40:135-152.
Barnes, R.D. 1980.
Invertebrate zoology, Fourth Edition. JMC Press, Inc. Quezon City,
Philippines. 1089 p.
de Luca, F. 1988. Taxonomic authority list. Aquatic Sciences
and Fisheries Information System Ref. Ser. No. 8, 465 p.
Dou, S.-Z. 1992. Feeding
habit and seasonal variation of food constituents of left-eyed flounder,
Paralichthys olivaceus, of the Bohai Sea. Mar. Sci. 4(4):277-281.
Eschmeyer, W.N. 1990. Catalog of the genera of recent fishes.
California Academy of Sciences, San Francisco. 697 p.
Hardy, J.D. 1993. NODC taxonomic code links biology and computerized data
processing. Earth System Monitor 4(2):1-2.
Meyer, M. and M.J. Smale. 1991. Predation patterns of demersal teleosts from
the Cape south and west coasts of South Africa. 2. Benthic and epibenthic
predators. S. Afr. J. Mar. Sci. 11:409-442.
Rajaguru, A. 1992. Biology of two co-occurring tongue fishes,
Cynoglossus arel and C. lida (Pleuronectiformes: Cynoglossidae), from Indian
waters. Fish. Bull., US 90:328-367.
Randall, J.E. 1967. Food habits of reef fishes of the West
Indies. Stud. Trop. Oceanogr. Miami 5:665-847.
Randall, J.E. 1985. Guide
to Hawaiian reef fishes. Harrowood Books, Newton Square, Pensylvania.
Salini, J.P., S.J. Blaber and D.T.
Brever. 1994. Diets of trawled predatory fish of the Gulf
of Carpentaria, Australia, with particular reference to predation on prawns.
Aust. J. Mar. Freshwat. Res. 45:397-411.
Sano, M., M. Shimizu and Y. Nose. 1984. Food habits of teleostean reef fishes in
Okinawa Island, southern Japan. University of Tokyo Press, Tokyo, Japan. 128 p.
Stevens, D.E. 1966. Food
habits of striped bass, Roccus saxatilis in the Sacramento-San Joaquin Delta,
p. 68-96. In J.L. Turner and D.W.
Kelly (comps.) Ecological studies of the Sacramento-San Joaquin Delta. Part II.
Fishes of the Delta. Fish. Bull. 136.
Weatherly, N.S. 1987. The diet and growth of O-group dace Leuciscus leuciscus (L.) and roach, Rutilus rutilus (L.) in a lowland river. J. Fish Biol. 30:237-247.
Zubin, A.A. 1992. Diet of benthopelagic Baikal sculpins
(Scorpaeniformes, Cottoidei). J. Ichthyol. 32(5):42-47.
Maria Lourdes D. Palomares and
Pascualita Sa-a
As relações tróficas definem um ecossistema
Como qualquer outro organismo
heterotrófico, os peixes necessitam de alimento para sobreviver e crescer. Dentro
dos ecossistemas, as relações tróficas e os fluxos de energia, definem
largamente a função das diferentes espécies (veJA A Caixa 14 e Christensen e
Pauly, 1993).
Existem
duas formas de apresentar o consumo específico das espécies:
·
A nível individual,
i.e., o consumo de um tipo particular de alimento (a) por um peixe de
determinado tamanho, i.e., na forma de ração diária (Rd).
·
A nível populacional,
isto é, o consumo (Q) por uma
população estruturada por classes etárias em peso (B), isto é, o consumo da população-peso por unidade de massa (Q/B).
Pauly
(1986) e Palomares e Pauly (1989) discutiram a relação entre as duas medidas e
métodos, por forma a calculá-los. As duas tabelas aqui descritas, RAÇÃO e P/Q,
apresentam 457 registos de Rd em 56 espécies e 154 registos de Q/B em 96
espécies. A maior parte destes foram obtidos de Palomares (1987), Palomares e
Pauly (1989), Pauly (1989) e Palomares (1991).
Fontes O volume de entradas foi tirado do trabalho do 1º
autor, ou de trabalhos em que este esteve intimamente associado. Erros na
entrada das fontes de dados (campos de referências) e distribuição (localidade,
país e salinidade) foram verificados visualmente, enquanto que os tipos de
alimento foram verificados através da classificação usada no Taxonomic code do National Oceanographic
Data Center (NODC) (Hardy, 1993).
Campos Recordamos que o termo “ração” (Rd) pretende ser uma estimativa do consumo de alimento
diário de um peixe de um tamanho específico. Esta tabela apresenta estimativas
de ração e os parâmetros relacionados.
Os
campos são:
·
Ração: % Rd
(isto é, peso de alimento ingerido num dia*100/peso do corpo)
·
Taxa de evacuação (fracção do conteúdo estomacal que passa no intestino posterior por
hora), e
·
K1 =Eficiência de conversão de alimento = crescimento em peso/peso do
alimento ingerido durante um determinado período de tempo.
Ração
diária, taxa de evacuação e K1
variam com o peso (gramas) do peixe estudado (Fig. 25); com o tipo de alimento
ingerido e com a temperatura média (ºC) da água onde o peixe vive. Peso do peixe e temperatura da água são campos numéricos. A salinidade fala acerca do
tipo de água no qual o peixe foi amostrado, ou o meio em que a experiência foi
realizada, e inclui as escolhas: água do mar, água salobra, água doce.
Os tipos de alimento estão classificados em campos de escolha
múltipla
Os tipos de alimento são
descritos em dois campos de escolha Alimento
I e Alimento II. Alimento I tem 6 escolhas: detritos,
plantas, animais bentónicos, zooplâncton, nécton, e outros. Alimento II dá-nos
escolhas de grupos mais detalhados de alimentos descritos na tabela ALIMENTOS.
Ambos os campos incluem a escolha “outros” para itens que não se encontram na
lista. O campo de texto Nome de alimento
dá-nos descrições mais especificas, ex, o nome científico do item alimentar. O
alimento artificial é especificado no Nome
de alimento com uma breve descrição do método de preparação.
os Métodos utilizados para estimar a taxa de evacuação e a Ração diária (Rd) são dados.
A taxa de evacuação é geralmente estimada por uma de duas abordagens:
·
Estudos laboratoriais,
envolvendo abate sequencial ou bombeamento para fora do estômago de um grupo de
peixes alimentado ao mesmo tempo (ver Elliott e Persson, 1988); ou
·
Fazendo uma aproximação
teórica de um modelo derivado do estudo de conteúdos estomacais de peixes
apanhados na vida selvagem, cobrindo um ciclo diário (ver por ex. Sainsbury,
1986).
MAXIMS,
um software desenvolvido no ICLARM por Jones et al (1991), para implementar o modelo Sainsbury (1986), é agora
largamente utilizado para a abordagem em (2). O software é providenciado como
um campo de escolha para o método
utilizado na estimação da taxa de evacuação e as outras escolhas são
experiências laboratoriais, i.e., (1) e “outra”.
Os
métodos disponíveis no campo de escolha para o cálculo do Ração Diária são: uso dos dados dos conteúdos estomacais com o
software MAXIMS; através do produto da taxa de evacuação pelo conteúdo
estomacal médio (Elliott e Persson, 1978); métodos baseados na análise do tubo
digestivo (ex: Bajkov 1935, Gorelova, 1984); estimação indirecta pelo modelo
metabólico de Winberg (Winberg 1956; Mann 1978); estudos de consumo de oxigénio
(Wakeman et al. 1979); e experiências
de alimentação e/ou estimação de K1
(ver Pauly 1986). A escolha “outra” é para casos em que o método utilizado não
esteja na lista. Aqui, o método tem de ser especificado no campo Comentários mencionado anteriormente.
Fig. 25. Ração relativa de Gadus morhua (pontos a
preto) comparada com a dos outros peixes.
Como lá chegar Chega à tabela RAÇÃO clicando no botão Biologia na janela ESPÉCIES, no botão Ecologia trófica na janela BIOLOGIA, e
no botão Ração da janela ECOLOGIA
TRÓFICA.
Antecipamos
desde já, que o número de espécies e stocks cobertos por esta tabela aumentará
rapidamente no futuro, assim que um grande número de dados estiver disponível
em reuniões anuais do International Council for the Exploration of the Sea.
Referências
Bajkov, A.D. 1935. How to estimate the daily food consumption of fish under natural conditions. Trans. Am. Fish.
Soc. 65:288-289.
Christensen, V. and D. Pauly, Editors. 1993. Trophic models of aquatic
ecosystems. ICLARM Conf. Proc. 26, 390 p.
Elliott, J.M. and L. Persson. 1978. The estimation of daily rates of food consumption for fish. J. Anim. Ecol. 47:977-993.
Gorelova, T.A. 1984. A quantitative assessment of consumption
of zooplankton by epipelagic lantern fishes (Family Myctophidae) in
the equatorial Pacific Ocean. J. Ichthyol. 23(3):106-113.
Hardy, J.D. 1993. NODC taxonomic code links biology and computerized data
processing. Earth Systems Monitor 21(2):1-2.
Jarre, A., M.L. Palomares, M.L. Soriano, V.C. Sambilay, Jr. and D. Pauly. 1991. Some new analytical and comparative methods
for estimating the food consumption of fish. ICES Mar. Sci. Symp. 193:99-108.
Mann, K.H. 1978. Estimating the food consumption of fish in nature, p. 250-273. In S.D. Gerking (ed.) Ecology of freshwater fish production.
Blackwell Scientific Publications, Oxford.
Palomares, M.L.D. 1987. Comparative studies on the food consumption of marine fishes with emphasis on species occurring
in the Philippines. Institute of Biology, College of Science, University of the
Philippines, Diliman, Quezon City. 107 p. MS Thesis.
Palomares, M.L.D. 1991. La consommation de nourriture chez les
poissons: étude comparative, mise au point d’un modèle predictif et application
à l’étude des réseaux trophiques. Ecole Nationale Supérieure, Institut National
Polytechnique de Toulouse. PhD Thesis.
Palomares, M.L. and D. Pauly. 1989. A multiple regression model for predicting
the food consumption of marine fish populations. Aust. J. Mar. Freshwat. Res. 40:259-273.
Pauly, D. 1986. A simple method for estimating the food consumption of fish populations from growth data and food conversion experiments.
Fish. Bull. 84(4):827-839.
Pauly, D. 1989. Food consumption by tropical and temperate
marine fishes: some generalizations. J. Fish Biol. 35 (Supplement A):11-20.
Sainsbury, K.J. 1986. Estimation of food consumption from field observations of fish feeding cycles. J.
Fish Biol. 29:23-36.
Wakeman, J.M., C.R. Arnold, D.E. Wohlschlag and S.C.
Rabalais. 1979. Oxygen consumption, energy expenditure and
growth of the red snapper (Lutjanus
campechanus). Trans. Am. Fish. Soc. 108:288-292.
Winberg, G.G. 1956. Rate of metabolism and food requirements of fishes. Fish. Res. B. Can. Trans.
Ser. No. 194.
Maria
Lourdes D. Palomares e Daniel
Pauly
Estimação do consumo alimentar da população, baseado
na sua estrutura etária
Pauly (1986) introduziu o
cálculo do consumo alimentar baseado na população (i.e. cálculo que tem em
conta a estrutura etária da população) definido por:
·
Q/B é o
consumo de alimento por unidade de biomassa;
·
K e t0 são parâmetros da equação
de crescimento de Von Bertalanffy ou VBGF (ver apresentação nas tabelas de
dinâmica de população, Binohlan and Pauly, este vol.);
·
Wt é o peso médio da idade t
retirado da VBGF, cuja derivada (dw/dt)
exprime a taxa de crescimento;
·
K1 é a eficiência de conversão total de alimento, expressa em função da
idade t relacionada com o tamanho através
do modelo:
·
K1 = 1- (W/W¥)ß
...2)
·
Nt é o nº de sobreviventes da idade t na população, exposta à mortalidade Z, e a equação é:
·
Nt = N0 exp (-Z (t- t0)) ...3)
·
tr e tmax refere-se
à idade de recrutamento e idade de saída da população (ver Palomares e Pauly,
1989)
A
equação (2) implica K1=0
quando W¥, i.e., a
conversão do alimento em músculo pára quando o peixe chega a um peso
assimptótico (W¥) e o alimento apenas é utilizado para as funções
vitais (manter Q/B). É de notar que
o tamanho assimptótico estimado mais publicado pertence ao comprimento (L¥). A relação
comprimento peso, representada pela constante b (geralmente =3 na ausência de um grande leque de pares ordenados L/W) é então usada para relacionar W¥ e L¥ (veja
“Dinâmica Populacional”, neste vol)
A mortalidade total (Z) referida na equação (3) consiste na
taxa de mortalidade natural (M) +
mortalidade por pesca (F). Em
populações não exploradas, em que F=0,
toda a mortalidade é devida a M. A
temperatura da água é outra variável que afecta o crescimento e metabolismo do
peixe, e desta forma, também o consumo alimentar (Palomares e Pauly, 1989;
Pauly, 1989; Palomares, 1991). este
tema é aqui considerado através de um campo de média anual de temperatura ambiente da água, em ºC.
Z=F+M
Tal como
na tabela RAÇÃO, campos de escolha Alimento I e Salinidade, e um de campo texto Localidade são fornecidos. O campo Alimento I inclui escolhas que referem o tipo de alimento envolvido
na estimativa Q/B. As escolhas são detritos, plantas, zoobentos, zooplâncton,
nécton e outras. A escolha outras é utilizada para populações alimentadas em
cativeiro, e que consomem “essencialmente granulado seco” e “essencialmente
granulado húmido”. No campo Notas
são dadas mais informações. O habitat tipo da população é estabelecido pelo
tipo de massa de água, i.e., água do mar, salobra ou doce, a seguir por Localidade e País onde a amostragem foi realizada.
Um
gráfico Q/B vs W¥ também se
encontra disponível (Fig. 26).
Fig. 26.
Consumo relativo de alimento de Gadus
morhua (pontos a preto) comparado com outras espécies.
Como lá chegar Chega-se à tabela POPQB clicando no botão Biologia na janela ESPÉCIES, no botão Ecologia trófica na janela BIOLOGIA, e
no botão Consumo de alimento na
janela ECOLOGIA TRÓFICA.
Um
futuro desenvolvimento desta tabela pode envolver alternativas à equação (2),
como apresentado em Temming (1994). Antecipa-se desde já que entradas
suficientes do Q/B estarão disponíveis para relações generalizadas que irão mais além das aqui apresentadas por Pauly (1989)
ou Palomares (1991).
Referências Bibliográficas
Palomares, M. L. D., 1991. La
consommation de nourriture chez les poissons: étude comparative, mise au point
d’un modèle predictif et application à l’étude des réseaux trophiques.
Ecole Nationale Supérieure, Institut National Polytèchnique de Toulouse. Ph.D.
Thesis.
Palomares, M. L. and D. Pauly, 1989. A multiple regression model for
predicting the food consumption of marine fish populations. Aust. J. Mar. Freshw. Res., 40: 259-273.
Pauly, D., 1986. A simple method for estimating the food consumption of
fish populations from growth data and food conversion experiments. Fish. Bull., 84 (4): 827-839.
Pauly, D., 1989. Food consumption by tropical and temperature marine
fishes: some generalizations. J. Fish.
Biol., 35 (Supplement A): 11-20.
Temming, A., 1994. Food conversion deficiency and the von Bertalanffy
growth function. Part I. A modification of Pauly’s model. Naga, the ICLARM Q., 17
(1): 38-39.
Maria Lourdes D. Palomares e Daniel Pauly
As relações predador/presa explicam o estado de
alguns stocks de peixes
A tabela predadores refere-se aos
predadores de uma espécie de peixe em particular. Esta tabela inclui o campo Localidade; Predador (classificação); Grupo De Predador e nome; Estado Da Presa e a sua contribuição
para a dieta em termos de percentagem. A informação compilada nesta tabela,
pode ser útil em termos de trabalhos de pesca e conservação, pois as relações
predador/presa podem ajudar a explicar o estado de alguns stocks de peixes.
Esta informação também pode ser utilizada para testar hipóteses acerca dos
tamanhos relativos da presa e predadores (Caixa 19, veja também as Figs. 26 e
27).
Fontes Mais de 1700 registos na tabela PREDADORES foram
extraídas de cerca de 100 referências tais como: Hiatt and Strasburg (1960),
Schuster (1960), Randall (1967), Goeden (1978), Uchida (1981), Collette and
Nauen (1983), Shireman and Smith (1983), Ebert et al (1991) e Meyer and Smale (1991). A classificação taxonómica
das espécies predadoras destas referências foram confirmadas através do Taxonomic Code (Hardy, 1993) e da Taxonomic Authority List of the Aquatic
Sciences and Fisheries Information System (de Luca, 1988), enquanto que a
classificação dos peixes predadores foi verificada através de Eschmeyer (1990).
Campos A tabela PREDADORES consiste nos seguintes campos:
O campo País refere-se
ao local onde o estudo foi efectuado. Por vezes é suplementado com informação
mais específica no campo Local.
As escolhas dos campos Predador I e Predador II
são dadas na Caixa 18.
Caixa 18. Hierarquia de predadores.
Para
padronizar as escolhas fornecidas na tabela PREDADORES da FishBase, foi criada
uma hierarquia análoga às escolhas Alimento I-III da tabela ALIMENTO (Caixa
17). As escolhas são:
Predador I Predador
II
cnidários hidrozoários; cifozoários; anémonas; corais
moluscos gastrópodes; lulas/chocos; polvos
crustáceos copépodes; misidáceos; isópodes; anfípodes; estomatópodes; eufausiáceos; camarões; lagostas;
carangueijos; outros crustáceos
insectos insectos
equinodermes estrelas-do-mar
peixes tubarões/raias; peixes ósseos
répteis e anfíbios salamandras/tritões; rãs/sapos; crocodilos; tartarugas; cobras
aves aves
mamíferos baleias/golfinhos; focas/leões marinhos
outros outros
Esta hierarquia inclui apenas
os animais que consomem peixes e larvas normalmente. Os grupos que se alimentam
de peixes apenas ocasionalmente (e.g., Avestruzes da América do Sul, Darwin
1845; ou tunicados que se alimentam de por ex. Vinciguerria) devem ser introduzidos na categoria “outros” e
especificados no campo Tipo de Alimento.
Referência
Darwin, C.
1845. Journal of researches into the natural history and geology of the
countries visited during the voyage of H.M.S. Beagle. Murray, London.
Maria Lourdes D. Palomares,
Pascualita Sa-a e Daniel
Pauly
O Grupo
Predadores é um campode texto livre que se refere à família ou maior grupo
da espécie de predadora.
Nome do predador refere-se ao nome científico da espécie de predador.
Estado do predador refere-se ao estado de desenvolvimento das espécies de presas, i.e.,
larvas, juvenis, juvenis e/ou adultos e adultos.
% de dieta,
refere-se à contribuição em percentagem do peso ou volume da presa no conteúdo
estomacal do predador. Se a percentagem precisa em volume não está disponível,
um indicador da frequência do item presa na dieta de um predador em particular
é providenciado no campo seguinte.
Nos
campos Estado do Predador e da Presa
a opção juvenis/adultos é considerada como default se não for especificado o
estado do predador ou da presa.
O Estado da Presa refere-se ao estado de desenvolvimento da
espécie presa, com as seguintes opções: ovos, larvas, juvenis, juvenis e/ou
adultos, adultos.
O campo Observações é utilizado para descrever
ou especificar o item presa que foi classificado como outros nos campos Predador I
e II, ou outra informação que possa
ser pertinente.
Fig.
27. Comprimento de predador vs
comprimento da presa para várias espécies de peixes. Consulte a Caixa 19.
Caixa 19. Relações predador-presa para peixes.
A relação do tamanho dos
peixes predadores com as suas presas foi a primeira análise que confirmou a
capacidade da FishBase em testar hipóteses relativamente complexas, utilizando
dados que não foram inicialmente colhidos para esse fim.
As hipóteses testadas são:
·
que as razões tamanho
do predador : tamanho da presa são similares para peixes de espécies
diferentes, e na proporção aproximada de 4:1 quando o tamanho é expresso em
comprimento do corpo; e
·
e que os resíduos do
tamanho médio do predador : tamanho da presa seguem uma distibuição log-normal,
tal como postulado por Ursin (1973).
·
Os dados utilizados
para testar estas hipóteses foram extraídos da tabela DIETA (foram introduzidos
todos os casos em que a presa é um peixe, bem como o seu estado de
desenvolvimento) e da tabela PREDADORES (foram introduzidos todos os casos em
que o predador é um peixe, bem como o seu estado de desenvolvimento).
Muito poucos estudos, na literatura sobre o hábito
alimentar, indicam o tamanho dos organismos ingeridos e por isso as tabelas
DIETA e PREDADORES não incluem campos para esta informação. Na ausência de
dados específicos de tamanho para cada estudo, o tamanho (= comprimento) dos
predadores e presas foram estimados do seguinte modo:
·
para cada espécie, leia
o comprimento máximo (Lmax) e o comprimento comum (Lcom) na
tabela ESPÉCIES;
·
para predadores ou
presas com estado de desenvilvimento “adulto”, use Lcom. Se não está
disponível use 2/3 de Lmax. [Esta decisão foi tomada após se
verificar que nas espécies com as duas entradas, Lcom é em média
aproximadamente igual a 2/3 de Lmax];
·
para todas as espécies
com estado de desenvolvimento “juvenis e adultos”, use ½ of Lmax;
·
para todas as espécies
com estado de desenvolvimento “juvenis”, use 1/3 of Lmax.
[Repare
que este procedimento ingora os casos em que as presas são ovos ou larvas de
peixes, e/ou em que os predadores são larvas; estes casos não fazem parte da
análise aqui discutida].
Apesar
de serem aproximações estas conversões produzem um padrão evidente (Fig. 27),
que confirma a primeira parte da hipótese em (1). Também a média da razão
predador : presa é cerca de 3.5, bastante perto do número 4 proposto na segunda
parte da hipótese.
Talvez
ainda mais interessante seja o segundo gráfico (Fig. 28), que mostra (em escala
logarítmica) a distribuição de frequência da razão predador:presa. Como pode
ser observado, esta aproxima-se de uma distribuição log-normal dos tamanhos
relativos das presas, e aplica aos peixes em geral um padrão estabelecido
previamente com base em estudos para apenas duas espécies (Ursin 1973). Assim,
podemos confirmar, baseados em registos da FishBase 97, que os peixes preferem
presas com cerca 1/3-1/4 do seu tamanho, e que uma presa com metade do tamanho
“preferido” está sujeita a ser ingerida do mesmo modo do que uma com o dobro do
tamanho habitual.
Estes dois gráficos podem
também ser utilizados como referência para excepções, (por ex. Fam.
Eurypharyngidae) podem consumir peixes com um tamanho superior ao
seu; ou filtradores e herbívoros, que consomem presas de tamanho inferior ao
seu em várias ordens de magnitude.
Referência
Ursin, E. 1973. On the prey preference of cod and dab. Medd. Danm. Fisk.
Havunders. N.S. 7:85-98.
Daniel
Pauly
Fig. 28. Distribuição de frequências da razão
(log) predador-presa para a família Gadidae e outras espécies de peixes.
Consulte a Caixa 19.
Como Lá Chegar Chega-se à tabela PREDADORES clicando no botão Biologia na janela ESPÉCIES, no botão Ecologia trófica na janela BIOLOGIA, e
no botão Predadores na janela
ECOLOGIA TRÓFICA. Note-se que se clicar duas vezes em qualquer linha da lista
predador obterá a esse registo específico na tabela PREDADORES.
Referências
Collette, B.B. and C.E. Nauen. 1983. FAO species catalogue. Vol. 2. Scombrids of the world.
An annotated and illustrated catalogue of tunas, mackerels, bonitos and related
species known to date. FAO Fish. Synop. (125):137 p.
de Luca, F. 1988. Taxonomic authority list. Aquatic Sciences
and Fisheries Information System. Ref. Ser. No. 8, 465 p.
Ebert, D.A., P.D. Cowley and L.J.V.
Compagno. 1991. A preliminary investigation of the feeding ecology
of skates (Batoidea: Rajidae) off the west coast of southern Africa. S. Afr. J.
Mar. Sci. 10:71-81.
Eschmeyer, W.N. 1990. Catalog of the genera of recent fishes.
California Academy of Sciences, San Francisco. 697 p.
Goeden, G.B. 1978. A
monograph of the coral trout, Plectropomus
leopardus (Lacepède). Queensland Fish. Serv. Res. Bull. 1:1-42.
Hardy, J.D. 1993. NODC taxonomic code links biology and computerized data
processing. Earth System Monitor 4(2):1-2.
Hiatt, R.W. and D.W.
Strasburg. 1960. Ecological relationships of the fish fauna on
coral reefs of the Marshall Islands. Ecol. Monogr. 30(1):65-126.
Meyer, M. and M.J. Smale. 1991. Predation patterns of demersal teleosts from
the Cape south and west coasts of South Africa. 2. Benthic and epibenthic
predators. S. Afr. J. Mar. Sci. 11:409-442.
Randall, J.E. 1967. Food habits of reef fishes of the West
Indies. Stud. Trop. Ocean. Miami 5:665-847.
Schuster, W.H. 1960.
Synopsis of biological data on milkfish Chanos
chanos (Forsskål), 1775. FAO Fish. Biol. Synop. 4. pag. var.
Shireman, J.V. and C.R.
Smith. 1983. Synopsis of biological information on the
grass carp, Ctenopharyngodon idella
(Cuvier and Valenciennes 1884). FAO Fish. Synop. 135. 86 p.
Uchida, R.N. 1981. Synopsis of biological data on frigate
tuna, Auxis thazard and bullet tuna A. rochei. NOAA Tech. Rep. NMFS Circular
436. FAO Fish. Synop. No. 12. 463 p.
Maria Lourdes D. Palomares e Pascualita Sa-a