Morfologia e Fisiologia
A tabela MORFOLOGIA
A palavra "morfologia" refere-se ao ramo da biologia que lida com a forma e estrutura dos orgãos e outras partes dos organismos, assim como a forma e estrutura de um organismo específico como um todo.
A tabela MORFOLOGIA visa preencher dois objectivos que estão relacionados entre si:
Fornecer descrições concisas padronizadas e portanto comparáveis de peixes incluídos nesta FishBase; e
Permitir uma identificação rápida das espécies baseada nos caracteres usados em i).
Nos peixes, a maior parte das características usadas na descrição e identificação são descritivas (quando se referem a caracteres distintivos, ex. forma da barbatana caudal), morfométricos, quando se referem a varáveis contínuas (ex. comprimento da cabeça como fracção do comprimento do corpo), ou merísticas, quando se referem a variáveis descontínuas (ex. número de raios ou espinhos na barbatana dorsal).
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As características merísticas, morfométricas e descritivas identificam uma espécie |
A tabela MORFOLOGIA incorpora características descritivas em campos de escolha múltipla, e características morfométricas e merísticas em campos numéricos. São principalmente as características merísticas que são utilizadas para uma identificação rápida, seguida de esquemas de identificação da base de dados de Froese & Papasissi (1990). A estrutura da tabela MORFOLOGIA e dos seus campos de escolha é baseada em estudos pormenorizados de grandes textos de ictiologia (ex. Lagler et al. 1977) e de consultas a vários especialistas. Alguns termos aqui utilizados são muito específicos; a sua definição pode ser encontrada no Glossário da FishBase.
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Campos |
A tabela MORFOLOGIA contém 67 campos de escolha, 79 campos numéricos e vários campos de notas. Os campos de escolha dão ao utilizador opções pré-programadas de descrições de partes de corpo ou características (ex. secção - circular, oval, comprimida, achatada, angular, outra (ver Notas). As escolhas incluídas foram reduzidas a um mínimo, e incluem apenas descrições gerais e cobrem apenas as formas mais comuns. Na maior parte dos casos, a escolha "outra" (ver Notas) é incluída para as espécies que possam ter formas ou partes do corpo aberrantes. Quando "outra" é escolhida para um campo, uma descrição detalhada da parte do corpo particular é incluída no campo Notas.
Por outro lado, os campos numéricos são utilizados para as características morfométricas e merísticas. Na maior parte dos casos os intervalos entram em campos separados de limites inferiores e superiores. Quando um intervalo de vários valores é referido na literatura, mas o campo permite apenas a entrada de um único valor (como nos campos proporção do corpo), é a média dos valores disponíveis que entra.
O campo Notas integra características que, ou não foram incluídas nos campos de escolha, ou precisam de descrições mais detalhadas. Nesses campos, as características distintivas são postas em evidência, mesmo que estas possam ser encontradas em espécies aparentadas. Notas sobre a variação da côr (ontogénica, sexual ou geográfica) são também comentadas quando a informação está disponível.
Devido ao aumento do número de espécies na FishBase, achamos que seria um processo moroso preencher os mais de 140 campos da tabela MORFOLOGIA para todas as espécies. Foi decidido reduzir o número de campos activos aos normalmente existentes em livros de taxionomia (diagnóstico e características merísticas típicas) e preenchê-los regularmente. Esta tarefa foi completada entretanto para todos os peixes ósseos do Japão e Colômbia Britânica e para todos os peixes ósseos marinhos da Micronésia e África do Sul (Smith & Heemstra 1986). Também se encontram completas todas as famílias abrangidas nos catálogos FAO ou na série Indo-Pacific Fishes de Randall. Tencionamos completar e verificar a tabela MORFOLOGIA por família (Caixa 1, neste volume), utilizando referências faunísticas essenciais como Freshwater Fishes of Southern Africa (Skelton 1993).
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Utilizações |
A utilização mais importante da informação contida na tabela MORFOLOGIA, é uma rápida identificação do peixe (ver também a secção IDENTIFICAÇÃO, neste volume). O procedimento corrente pré-programado requer uma quantidade mínima de informação como critério de procura:
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Os dados da tabela MORFOLOGIA podem ser usados para uma identificação rápida |
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A pesquisa, resulta geralmente em menos de 10 espécies possíveis |
Este procedimento procura na base de dados as espécies que coincidem com os critérios fornecidos pelo utilizador e é mostrada a lista de espécies. Normalmente, essa pesquisa resulta numa lista de menos de 10 espécies da mesma família. O utilizador pode então através das imagens e das descrições completas verificar a sua identificação. Este trabalho de procura também funciona com um ou mais campos de escolha deixados em branco; nesses casos, a lista de espécies gerada torna-se mais longa. É de notar no entanto que, até à data, a tabela MORFOLOGIA contém dados de apenas 6300 espécies. A informação disponível varia em grau de complexidade: muito escassa, como no caso de Pellona castelnaeana; quase completa, como no caso de Lutjanus biguttatus. Saliente-se que os dados ainda não foram todos verificados e por isso podem conter alguns erros.
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Relatórios |
Procedimentos pré-programados para impressão de Sinopses de Espécies e Sumários, utilizam informação da tabela MORFOLOGIA. O procedimento para saída de um sumário de uma espécie, por exemplo, é extraído do campo Características adicionais que dá descrições diagnosticantes, das contagens de elementos das barbatanas dorsais e anais, e outras informações das tabelas ESPÉCIES e STOCKS. Resulta depois num relatório da informação disponível para a espécie juntamente com todas as referências utilizadas (veja Relatórios, neste volume).
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Fontes |
A tabela MORFOLOGIA, reúne dados de todos os catálogos da FAO publicados até à data; de revisões taxionómicas; de livros faunísticos e de outras publicações periódicas, ex. Burgess (1978), Trewavas (1983), Allen (1985), Cohen et al. (1990), Lévêque (1990), Randall et al. (1990), Allen (1991), Myers (1991), e Heemstra & Randall (1993).
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Como chegar lá |
Chega-se à tabela MORFOLOGIA clicando no botão Biologia na tabela ESPÉCIES, no botão Morfologia e Fisiologia na tabela BIOLOGIA e no botão Morfologia na janela MORFOLOGIA E FISIOLOGIA. Obtém-se o procedimento de identificação rápida clicando no botão Espécies do Menu principal e no botão Identificação rápida na janela PROCURAR POR (...).
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Referências |
Allen, G.R. 1985. FAO species catalogue. Vol. 6. Snappers of the world. An annotated and illustrated catalogue of lutjanid species known to date. FAO Fish. Synop. 6(125):208 p.
Allen, G.R. 1991. Damselfishes of the world. Mergus Publishers, Melle, Germany. 271 p.
Burgess, W.E. 1978. Butterflyfishes of the world. A monograph of the Family Chaetodontidae. T.F.H. Publications, Neptune City. 832 p.
Cohen, D.M., T. Inada, T. Iwamoto and N. Scialabba. 1990. FAO species catalogue. Gadiform fishes of the world (Order Gadiformes). An annotated and illustrated catalogue of cods, hakes, grenadiers and other gadiform fishes known to date. FAO Fish. Synop. 10(125):442 p.
Froese, R., and C. Papasissi. 1990. The use of modern relational databases for identification of fish larvae. J. Appl. Ichthyol. 6: 37-45.
Heemstra, P.C. and J.E. Randall. 1993. FAO species catalogue. Vol. 16. Groupers of the world. (Family Serranidae, Subfamily Epinephelinae). An annotated and illustrated catalogue of the grouper, rockcod, hind, coral grouper and lyretail species known to date. FAO Fisheries Synop. 16(125), 382 p.
Lagler, K.F., J.E. Bardach, R.R. Miller, and D.R. May-Passino. 1977. Ichthyology. 2nd ed. John Wiley and Sons, New York. 506 p.
Lévêque, C. 1990. Cyprinidae, p. 269-361. In C. Lévêque, D. Paugy and G.G. Teugels (eds.) Faune des poissons d'eaux douces et saumâtres d'Afrique de l'Ouest. Tome I. Coll. Faune Tropicale n° XXVIII. Musée Royal de l'Afrique Centrale, Tervuren, and O.R.S.T.O.M., Paris. 384 p.
Myers, R.F. 1991. Micronesian reef fishes. 2nd ed.. Coral Graphics, Barrigada, Guam. 298 p.
Randall, J.E., G.R. Allen and R.C. Steene. 1990. Fishes of the Great Barrier Reef and Coral Sea. University of Hawaii Press, Honolulu, Hawaii. 506 p.
Skelton, P.H. 1993. A complete guide to the freshwater fishes of Southern Africa. Southern Book Publishers, South Africa. 388 p.
Smith, M.M. and P.C. Heemstra, Editors. 1986. Smith’s sea fishes. Springer Verlag, Berlin. 1047 p.
Trewavas, E. 1983. Tilapiine fishes of the Genera Sarotherodon, Oreochromis and Danakilia. British Museum of Natural History, London. 583 p.
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